Património Histórico

Capela de Santo Amaro

De todas as capelas em Santo António, a capela de Santo Amaro é a mais antiga desta paróquia. Construída num sítio que faz praticamente partilha entre a paróquia de Santo António e a paróquia de São Martinho é por vezes por engano vista como fazendo parte desta última.

Edificada no séc. XV foi a 2ª capela a ser construída na ilha da Madeira. Transformada no séc. XIX, nesta capela destaca-se o lava mãos de cantaria de basalto lavrado que existe na sacristia.

A capela de Santo Amaro é uma das mais importantes capelas desta freguesia pela sua antiguidade e tradições históricas. Devido às sucessivas transformações a que foi sujeita, já pouco resta da sua primitiva construção. Esta capela possui 2 prédios rústicos, um no sítio das Romeiras e outro no Vasco Gil, embora não sejam conhecidas as datas da doação nem mesmo os nomes de quem os doaram.

 

Capela de Santa Maria Madalena

A seguir à capela de Santo Amaro, a capela de Santa Maria Madalena é a mais antiga desta freguesia, embora faltem elementos que possam dizer-nos com exactidão a época da sua fundação. A referência mais antiga que é encontrada é de 1593, ano em que lhe foi feita doação de um foro. Pelo seu estilo arquitectónico, pela sua antiguidade e pela devoção que os fiéis manifestavam pela sua padroeira, era a seguir á capela de Santo Amaro a mais importante desta freguesia.

Com o passar dos anos, a capela foi entrando em estado de degradação por falta de zelo e em 1756 o episcopal Pedro Pereira da Silva numa visita à capela lamenta o estado de avanço de ruína em que a capela se encontrava e ordenou para que fossem feitos reparos urgentes. Em 1773 foram realizados novos e importantes melhoramentos devido ao grande empenho do pároco Berenguer. Em 1806 realizaram-se novos melhoramentos e foi adquirido um cálix de prata e outros objectos que eram muito importantes para a celebração da missa.

Com o decorrer dos anos voltou-se a deixar a capela de Santa Maria Madalena sem os cuidados devidos para a sua conservação e em 1820 esta era já uma capela em ruínas.

 

Capela de São Filipe

A capela de São Filipe situada à rua da Quinta do Leme, fazia parte da quinta e da casa de moradia dos Lemes que ali constituíram sede de um morgadio.

Construída no séc. XVI e reedificada no séc. XVII e séc. XVII é uma das mais antigas capelas da freguesia de Santo António. Devido ao violento sismo de 31 de Março de 1748, a capela de São Filipe ficou em muito mau estado tendo sido necessária a sua reconstrução.

 

Capela de Nossa Senhora do Amparo

No sítio de Água de Mel, na partilha desta freguesia e da freguesia de São Roque, podemos encontrar a capela de Nossa Senhora do Amparo construída nos limites da freguesia de Santo António.

Aquando da visita pastoral do diocesano D. Manuel Coutinho a esta paróquia, em 1731, ordenou ao administrador desta capela, o morgado José Vasconcelos Bettencourt de Sá Machado, que restaurasse a capela, caso contrário seria proibida a celebração de qualquer acto de culto.

 

Capela de Nossa Senhora do Pópulo

Esta capela apesar de ser de invocação à padroeira do seu nome, é maioritariamente conhecida como a capela do Pico do Cardo ou da Quinta dos Padres, pelo facto da mesma ficar situada no Pico do Cardo e na residência que os Padres Jesuítas possuíam.

Presume-se que a sua fundação seja do início do séc. XVIII. Aquando da expulsão dos Jesuítas em 1759, tanto a capela como a casa de residência e alguns terrenos anexos foram incorporados na Real Fazenda, sendo comprada em 1770 por Francisco de Agrela Espínola e em 1796 pertencia já ao comerciante Pedro Jorge Monteiro. Ainda hoje podemos encontrar esta capela em bom estado de conservação.

 

Capela de Nossa Senhora das Preces

Esta capela fica situada no sítio das Preces e presume-se que tenha sido fundada em 1768 já que é esse o ano que se encontra gravado no altar-mor da capela. Em 1770 o capitão Rodrigo da Costa era o seu administrador e em 1796 pertencia ao morgado Joaquim Manuel França. Em 1856 tanto a capela como a casa contígua, foram reconstruídas a mando da sua nova proprietária D. Joana de Albuquerque e França. Já em 1888 todo o prédio foi arrematado por Francisco Eleutério Martins que o vendeu em 1898 a João Rodrigues de Aguiar, pertencendo hoje aos seus herdeiros.

 

Capela de São João e Santana

Em Fevereiro de 1791 o capitão-mor António Francisco de Gouveia possuidor de terrenos no sítio do Trapiche, requereu uma licença para ser construída uma capela de invocação de São João e Santana nos seus terrenos. É de salientar que todos os custos seriam suportados por si, sendo a capela, por isso mesmo, sua propriedade.

A licença foi concedida, mas só 23 anos mais tarde e já após a sua morte, é que seu filho, o sargento-mor João António de Gouveia Rego construiu a capela, cumprindo o sonho de seu pai.

Esta capela fica mesmo ao lado da bonita casa de campo da Quinta do Trapiche de onde temos um bonito panorama sobre a cidade do Funchal e arredores. Hoje, esta quinta e casa de campo, assim como todos os terrenos anexos, fazem parte do manicómio com o nome de “Casa de Saúde de São João de Deus”, mais conhecida entre os mais velhos como “Casa de Saúde do Trapiche”.

 

Capela de Nossa Senhora de Guadalupe

Não temos informação sobre a data de quando começou o culto de Nossa Sra. de Guadalupe mas abemos que é anterior a 1652 já que por essa altura havia a confraria de Nossa Senhora de Guadalupe. Em 1774 foram feitas obras de restauração na respectiva capela que foram custeados pela irmandade.

Em Abril de 1797 deu-se início à construção de uma nova capela e só a 18 de Dezembro de 1808, quando a capela estava definitivamente pronta é que foi colocada a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe no altar da capela.

Em 1894 esta capela foi submetida a alguns melhoramentos principalmente a nível de pintura e douramento.

 

O Cemitério

O cemitério de Santo António foi construído no sítio da Quinta das Freiras, num prédio ali existente e que pertencia ao Convento de Santa Clara. As obras tiveram início em 1838 mas só foram dadas como concluídas em 1843. Com o aumento da população foi necessário o aumento do cemitério, procedendo-se ao seu alargamento em 1903. A seguir ao cemitério das Angústias localizado bem no centro do Funchal, este era na altura o maior cemitério do distrito do Funchal.

Na capela deste cemitério está um altar e uma imagem muito antigos que pertenceram á antiga capela de Nossa Senhora das Bróteas situada no sítio da Ribeira Grande, destruída por um grande aluvião da ribeira, só restando mesmo o altar e a imagem.

 

Ribeiras

A Freguesia de Santo António, a maior freguesia do concelho do Funchal, é banhada por 2 grandes ribeiras, sendo elas a Ribeira dos Socorridos e a Ribeira de São João que atravessa a cidade do Funchal, mas que tem origem nesta freguesia, sendo aqui conhecida como Ribeira de Santo António ou Ribeira Grande. A Ribeira dos Socorridos tem ainda 2 afluentes, que são as ribeiras do Vasco Gil e da Lapa que nascem dentro do limite desta freguesia.

Ainda à relativamente poucos anos, estas ribeiras eram muito utilizadas pelas donas de casa e lavadeiras para lavarem roupa. Eram às dezenas as mulheres que podiam ser vistas pelo curso das ribeiras a lavarem roupa. Com o passar dos anos e com a melhoria nas condições de vida da população, o uso das ribeiras para este fim foi sendo cada vez menor, assim como a utilização das bermas destas para a construção de casas, construções essas que eram feitas em zonas de risco já que em tempo de Inverno, estas ribeiras mostravam toda a sua força podendo mesmo destruir muitas delas assim como aconteceu com a capela de Nossa Senhora das Bróteas.

 

Levadas

Os primeiros colonos da ilha viram na agricultura a sua forma de subsistência, mas também um enorme desafio com a extrema necessidade de conduzir a água até aos locais de maior escassez. Assim, começaram por construir canais de irrigação que pudesse levar a água até aos seus terrenos, canais esses que se deu o nome de “Levadas”, canais que foram se tornando famosos e conhecidos no mundo inteiro pelo facto dos mesmos terem sido “rasgados” ao longo das escarpas das montanhas e picos rochosos passando por lindos vales de onde podemos admirar lindos cenários paisagísticos que atraem milhares de turistas todos os ano. Estes percursos pedestres, apesar de alguma perigosidade, devido ao percurso estreito e a alguns abismos, são o ponto de atracção número um para quem visita a Ilha da Madeira.

Sendo uma das mais importantes levadas do concelho do Funchal, datada do séc. XVI, a Levada dos Piornais, com cerca de 11 km, tem origem na margem esquerda da Ribeira dos Socorridos, próximo ao sítio da Fajã, servindo de irrigação às paróquias de São Pedro e São Martinho.

Também datada do séc. XVI e também com origem na margem esquerda da Ribeira dos Socorridos, a Levada Nova do Curral e Castelejo com cerca de 10 km, é um importantíssimo aqueduto que serve de irrigação aos sítios de Santo Amaro, Tanque, Alecrins, Santa Quitéria, Pinheiro das Voltas e sítio da Viana desta freguesia.

Talvez um dos mais volumosos e importantes caudais é o caudal da levada da Madalena datado do início do séc. XVI. Este caudal faz irrigação a imensos terrenos desta freguesia bem como os das paróquias de São Roque e São Pedro.

A Levada do Pico do Cardo apesar de caudal menos volumoso, é de relativa importância já que irriga este sítio e outros desta freguesia. Também as levadas do Lombo e Paredão, da Negra, da Serra e muitas outras, apesar de caudais bem menos volumosos, são também importantes já que irrigam muitos sítios nesta mesma freguesia.

 

Fontenários

Significando o mesmo que Fontanários, os fontenários, são estruturas de pedra para onde é canalizada água potável para abastecimento público. Em tempos passados, o abastecimento de água potável às populações era muito difícil, sendo por isso de extrema importância, a construção de fontenários onde a população pudesse se abastecer de água. Eram muitas as pessoas que se deslocavam diariamente de suas casas com “aguadores”, às então popularmente chamadas “fontes”, para transportarem água potável para as suas necessidades básicas. Pelo facto de muitos destes fontenários se situaram apenas nos principais núcleos populacionais, muita da população transportava os aguadores cheios de água à cabeça e eram capazes de andar por muito tempo, atravessando veredas e caminhos agrestes até chegarem a casa.

A nascente “Água Férrea” no sítio do Jamboto adquiriu relativa importância no início do séc. XX por se achar que a água da mesma possuía qualidades terapêuticas chagando mesmo a Câmara do Funchal a construir ali um fontenário. Actualmente pouco uso se faz dele ficando apenas como marco histórico, assim como muitos outros espalhados pela ilha.

 

Miradouros

O sítio do Pico dos Barcelos possui um dos mais belos miradouros do Concelho do Funchal. Este situa-se bem no cume do pico e foi-lhe atribuído o mesmo nome do sítio, “Miradouro do Pico dos Barcelos”.

O lindo panorama que se estende desde a ponta do Garajau, passando pelas diversas freguesias do Funchal até à ponta do Cabo Girão, formam um meio círculo onde este pico se ergue bem no meio como se fosse um palco, de onde podemos vislumbrar todo o Funchal aos nossos pés. Podemos também admirar o imenso mar que banha a baía e ainda em plano de fundo no horizonte as desertas.